Maria do Mar, violinista natural de Lisboa, tem um trajecto vincado na música clássica e ensino. Tocou em várias orquestras, foi dirigida por vários maestros dentro e fora do país, leccionou em vários conservatórios e escolas nacionais, e colabora desde sempre com artistas de outras áreas.
Participou em várias bandas sonoras de filmes nacionais, dos quais se destacam, o documentário de Paulo Rocha, O Arquiteto (1993) com música de Paulo Brandão, Quem é Ricardo (2004) e Estive em Lisboa e lembrei de você (2015) de José Barahona.
Faz parte dos Fungaguinhos projecto de música de José Barata Moura para a infância, com Joana Manuel na voz, Jorge Trigo nas percussões, e Ricardo Freitas no baixo e arranjos, com quem tem feito concertos nas principais salas do país. Preparam um cd, que sairá ainda em 2016.
Desde 2012, no seguimento da sua participação no Atelier de Improvisação e Direção de Ensemble em tempo-real (Conduction) dirigido por Butch Morris, começou a explorar a improvisação livre e outras linguagens no âmbito da música nova/performance, tendo formado um duo de violino e baixo eléctrico, com o baixista e compositor Ricardo A. Freitas.
Tem vindo a desenvolver trabalho de improvisação com vários músicos, apresentando-se em concertos, ciclos e festivais, com nomes como, Carlos “Zingaro”, Marcelo dos Reis, Guillaume Aknine, Ricardo Ribeiro, Helena Espvall, Luís Vicente, Miguel Mira, Paulo Chagas, Jari Marjamaki, Joana Guerra, Ricardo Jacinto, Christophe Berthet, Maria Radich, Luiz Rocha, Adriano Orrù... No âmbito do Moving Theater participou como convidada no workshop de Suzuki/Viewpoints, de Lowri Jenkins e Joana Pupo (2014).
No final de 2015 saiu o cd Orrù Mar Rocha - Live at MIA 2015, editado pela suiça EndTitles, gravação do concerto inaugural da edição 2015 do MIA (Encontro de Música Improvisada da Atouguia da Baleia) com o trio formado por Maria do Mar (violino), Adriano Orrù (contrabaixo) e Luiz Rocha (clarinetes), que tem sido bem recebido pela crítica internacional. Em 2016 participou em mais dois registos da Creative Sources Quasar, e Matt Mons da Variable Geometry Orchestra, e em 2017 Ornithorhynchus anatinus do IKB.
Participa regularmente em leituras de poesia com vários poetas contemporâneos, de destacar Sem Casas Não Haveria Ruas – Canto Nuno, na Casa Fernando Pessoa com Marta Bernardes e João Paulo Esteves da Silva, celebrando a poesia de Nuno Moura. Trabalhou recentemente na peça O Impromptu de Versalhes de Molière, no Teatro Nacional D.Maria II, com encenação de Miguel Loureiro, na performance Assentar sobre a subida das águas, de Sónia Baptista, e Voz sob do amor asas no Festival Silêncio, performance com Joana Bagulho e Sónia Baptista, na peça ícaro de Pedro Moura e Marta Bernardes, com carla Galvão e Bruna Moura.
Busca no seu trabalho um universo amplo e o desenvolvimento de uma linguagem pessoal, com fronteiras artísticas esbatidas onde se abrem possibilidades transversais e sem limites criativos.